6 de abril de 2011

ARQ OFFICE - Ag de Publicidade




Das instalações do edifício há muito abandonado, na zona oeste de São Paulo, os arquitetos Cláudia Nucci, Sérgio Camargo e Valério Pietraróia mantiveram apenas a malha estrutural de uma caixa de vidro para criar a agência de publicidade Y&R. O projeto, que obteve menção honrosa na 6ª Bienal Internacional de Arquitetura e Design de São Paulo, em 2004, e o Prêmio Bticino 2005 para design de interiores, destaca-se pela completa transformação da linguagem arquitetônica existente.




À rígida modulação de pilares e vigas de concreto, os arquitetos do NPC acrescentaram elementos arquitetônicos de extrema riqueza visual. Vazios, passarelas, vidros em diversos padrões, iluminação zenital e a setorização perimetral determinada pelo núcleo central de circulação, entre outros elementos, reverteram a racionalidade monótona do edifício.
“Nosso partido foi o da intervenção arquitetônica volumétrica”, explicam os autores, o que, em síntese, resulta da criação de vazios centrais.Eles integram os diversos setores do programa e correspondem à idéia, corrente em agências de publicidade contemporâneas, de que “a arquitetura deve explicitar as implicações espaciais do trabalho em equipe”, completam os arquitetos.


Implantada no mezanino, a área da criação, uma sala de 23 x 8 metros é que determina as características desses vazios centrais. Ou seja, sua localização e contornos, desde os recortes retangulares e longitudinais sobre o térreo até a abertura zenital e transversal feita na laje de cobertura. “A idéia foi mostrar esse setor como o coração da agência”, revela Valério Camargo.

O térreo tinha, originalmente, pé-direito duplo -, a sala é delimitada longitudinalmente por painéis contínuos de vidro vermelho, do tipo piso-teto, que podem ser vistos de todos os pavimentos e parecem flutuar no interior do volume.



  

 O primeiro painel, elevado e recuado cerca de cinco metros da fachada frontal, é visível da movimentada marginal Pinheiros. Ele separa a criação de sua gerência, uma sala menor e centralizada, e permite a visualização da área de produção gráfica, que ocupa a porção frontal do andar térreo.O outro painel funciona como uma espécie de fachada que diferencia a criação dos demais setores da agência, o que é favorecido ainda pelos recortes das lajes e pela iluminação zenital.



Esse ambiente é ligado ao núcleo central de circulação vertical, com elevador e a caixa de escada, por meio de duas passarelas de estrutura metálica. Elas têm guarda-corpo de painéis de vidro com tratamento químico especial e acompanham o alinhamento do vazio central que envolve o elevador.



Sobre a cobertura da edificação foi construído um novo volume, em que as linhas retas e a cor preta contrastam com as fachadas de vidro refletivo da agência. Ele abriga áreas de convivência e dois auditórios que, através de grandes portas de correr, podem se transformar em um ambiente único.

Os arquitetos projetaram também grande parte do mobiliário da agência, favorecendo a padronização dos interiores. Em síntese, prevalece a idéia de grandes bancadas contínuas, não só nas mesas de trabalho mas também nos armários baixos que as setorizam.






Fonte: Arcoweb.com.br

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