6 de abril de 2011

ARQ OFFICE - Ag de Publicidade 2

Cobertura e iluminação sofisticam ambiente de origem industrial



 Parte posterior do galpão principal, vista da sala de estar do segundo pavimento. As passarelas metálicas configuram desenho ortogonal



Motivações semelhantes conduziram o novo projeto da agência de publicidade, em São Paulo, quatro anos depois de André Vainer e Guilherme Paoliello transformarem um galpão industrial em sede da empresa (leia PROJETODESIGN 254, abril de 2001). Em 2004, a atual Neogama BBH mudou-se da zona sul para a oeste, e os arquitetos voltaram a confrontar o “programa sofisticado”, como define Vainer, com as potencialidades do espaço de origem fabril.

A nova agência passou a ocupar parte das instalações da extinta fábrica da Bic - produtora de canetas e isqueiros -, às margens da linha férrea metropolitana, com área construída cerca de 2,5 vezes maior do que a anterior. O programa foi setorizado em três galpões contíguos - o maior é uma nova edificação e os dois menores, adaptados de construções existentes. Com fechamentos externos executados em painéis de telha metálica pintada, o novo bloco tem dois pavimentos, além de mezanino, e abriga os principais setores operacio- nais, entre áreas administrativas, de criação, atendimento e produção.

O desenho de sua cobertura é um dos destaques do projeto, correspondendo ao elemento de sofisticação a que se refere o arquiteto. “A idéia foi suavizar ao máximo os detalhes e o dimensionamento da treliça metálica”, estruturada por barras chatas de pequena espessura, complementa Vainer. Elas conformam delgadas peças duplas e vazadas, que vencem mais de 30 metros de vão livre.

Também a iluminação natural proveniente da extensa cobertura qualifica os espaços internos. Dois sheds longitudinais, distanciados cerca de três metros e vedados com painéis de vidro transparente, têm aberturas voltadas para a face sul. Suas angulações e alturas relativas foram concebidas de forma a otimizar a iluminação interior, já que aos raios luminosos incidentes soma-se a reflexão originária das telhas brancas do shed de menor altura.

Como bagagem da ocupação anterior, foram trazidos materiais, sistemas construtivos e a herança dos interiores fluidos, com ilhas de trabalho e salas distribuídas de forma difusa sob o pé-direito elevado. Assim, a linguagem arquitetônica da antiga sede foi mantida, sobretudo em função do reaproveitamento de boa parte dos sistemas metálicos que delimitam e estruturam as salas envidraçadas. “Nós as trouxemos, literalmente, bem como outros elementos, para o atual endereço”, explica Paoliello.


O novo layout, contudo, se destaca pela considerável soma de área aberta, o que amplia o contato visual entre todos os departamentos.

“Concentramos os pisos elevados em setores isolados, não só por critérios econômicos, mas, principalmente, para otimizar os espaços livres”, revela Vainer.

Já as passarelas metálicas, também em parte reaproveitadas, respondem pela conexão entre os diversos ambientes e galpões. Elas foram penduradas na tesoura metálica e desenham traçado ortogonal sobre o grande vazio central.

O menor dos galpões preexistentes, paralelo à rua e transversal ao bloco principal, configura extensa galeria de entrada e, no andar superior, abriga as salas de reuniões. O outro divide-se em estacionamento, no térreo, áreas técnicas, no mezanino, e salas para empresas coligadas, no pavimento superior.





Fonte: ArcoWeb.com

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Das instalações do edifício há muito abandonado, na zona oeste de São Paulo, os arquitetos Cláudia Nucci, Sérgio Camargo e Valério Pietraróia mantiveram apenas a malha estrutural de uma caixa de vidro para criar a agência de publicidade Y&R. O projeto, que obteve menção honrosa na 6ª Bienal Internacional de Arquitetura e Design de São Paulo, em 2004, e o Prêmio Bticino 2005 para design de interiores, destaca-se pela completa transformação da linguagem arquitetônica existente.




À rígida modulação de pilares e vigas de concreto, os arquitetos do NPC acrescentaram elementos arquitetônicos de extrema riqueza visual. Vazios, passarelas, vidros em diversos padrões, iluminação zenital e a setorização perimetral determinada pelo núcleo central de circulação, entre outros elementos, reverteram a racionalidade monótona do edifício.
“Nosso partido foi o da intervenção arquitetônica volumétrica”, explicam os autores, o que, em síntese, resulta da criação de vazios centrais.Eles integram os diversos setores do programa e correspondem à idéia, corrente em agências de publicidade contemporâneas, de que “a arquitetura deve explicitar as implicações espaciais do trabalho em equipe”, completam os arquitetos.


Implantada no mezanino, a área da criação, uma sala de 23 x 8 metros é que determina as características desses vazios centrais. Ou seja, sua localização e contornos, desde os recortes retangulares e longitudinais sobre o térreo até a abertura zenital e transversal feita na laje de cobertura. “A idéia foi mostrar esse setor como o coração da agência”, revela Valério Camargo.

O térreo tinha, originalmente, pé-direito duplo -, a sala é delimitada longitudinalmente por painéis contínuos de vidro vermelho, do tipo piso-teto, que podem ser vistos de todos os pavimentos e parecem flutuar no interior do volume.



  

 O primeiro painel, elevado e recuado cerca de cinco metros da fachada frontal, é visível da movimentada marginal Pinheiros. Ele separa a criação de sua gerência, uma sala menor e centralizada, e permite a visualização da área de produção gráfica, que ocupa a porção frontal do andar térreo.O outro painel funciona como uma espécie de fachada que diferencia a criação dos demais setores da agência, o que é favorecido ainda pelos recortes das lajes e pela iluminação zenital.



Esse ambiente é ligado ao núcleo central de circulação vertical, com elevador e a caixa de escada, por meio de duas passarelas de estrutura metálica. Elas têm guarda-corpo de painéis de vidro com tratamento químico especial e acompanham o alinhamento do vazio central que envolve o elevador.



Sobre a cobertura da edificação foi construído um novo volume, em que as linhas retas e a cor preta contrastam com as fachadas de vidro refletivo da agência. Ele abriga áreas de convivência e dois auditórios que, através de grandes portas de correr, podem se transformar em um ambiente único.

Os arquitetos projetaram também grande parte do mobiliário da agência, favorecendo a padronização dos interiores. Em síntese, prevalece a idéia de grandes bancadas contínuas, não só nas mesas de trabalho mas também nos armários baixos que as setorizam.






Fonte: Arcoweb.com.br